“Duplicidade de Ação Polícia-Polícia e Polícia-Justiça. Até Quando?”
O descompasso entre o ânimo de delinquir e a morosidade dos atos dos servidores públicos do Judiciário, em razão de um sistema que inexiste igual no mundo, ...
Artigo escrito por mim no jornal Diário da Região de 10/06/2014
Artigo escrito por mim no jornal Diário da Região de 10/06/2014
A visita dos
Secretários de Segurança Pública do Sudeste ao Senado e à Câmara Federal dá
conta da gravidade do momento que só piora. As providências requeridas são
válidas:
- A transformação em crimes hediondos de
roubo com lesões corporais graves;
- A receptação de produtos para serem
aproveitados na indústria ou no comércio;
- Os homicídios de agentes do Estado
(juízes, promotores e policiais);
- De menores de 14 anos e maiores de 60.
Destas providências decorrerá aumento das
penas e da proporcionalidade do tempo de variação de regime de cumprimento da
pena.
Foi requerida também a mudança nos ritos de
oitivas de presos para que passem a ser ouvidos por vídeo-conferência, assim
como policiais e peritos evitando emprego desnecessário de meios materiais e
humanos, com ganho na celeridade dos julgamentos.
Afirmo, depois de
vivenciar 32 anos na atividade policial e mais de 10 na advocatícia (inclusive
a criminal), que o maior problema nosso está na concepção ideológica pelo
excesso de benevolência aos criminosos, o que se combate nesta busca,
felizmente.
Sobre o “modus
operandi” como se faz hoje, escrevi, em 1987, o artigo “Duplicidade de Ação
Polícia-Polícia e Polícia-Justiça. Até Quando?”, na esperança de que houvesse
mudança radical pelos constituintes de 88. Pelo andar da carruagem, até sempre!
Decepção. Não mudaram coisa alguma... O Inquérito Policial só existe no Brasil.
Ouvi isto no dia 11 de abril desse ano, no Congresso Internacional de Segurança
Pública. O que eu já sabia.
Algo tem que ser
feito mesmo, porém deixaram ir longe demais, e às vésperas de uma eleição,
todos querem ser responsáveis por mudanças, inclusive os legisladores, apesar
de negarem que é ato político. Melhor é que deixassem para depois da eleição,
quem sabe não haveria atitude mais serena, profunda e proficiente. Corremos o
risco de taparmos o sol com a peneira, com meros remendos.
O descompasso entre o
ânimo de delinquir e a morosidade dos atos dos servidores públicos do Judiciário,
em razão de um sistema que inexiste igual no mundo, associado ao viés
ideológico, proporcionou à sociedade este presente de grego: o descontrole
estatal sobre a criminalidade, sendo incapaz de cumprir sua missão
constitucional de garantir a inviolabilidade do direito à vida.
É necessária uma nova
concepção do exercício da cidadania por todos e a reformulação do que temos com
base nos países civilizados. Chega de patinar na mesmice. Os valores
fundamentais do homem não se constituem somente de poderes e direitos. Há que
ter equilíbrio entre o poder-dever, o que não é o caso no Brasil, atualmente.
Dias atrás tivemos o exemplo
do STF colocando políticos bandidos na cadeia. Quem sabe nas urnas o povo não
demostre que assimilou a lição. Certo estava o “um milhão de pessoas nas ruas, de
branco, em junho de 2013, com total rejeição a todos os políticos!”. A razão
está na atitude delas. Que venha e vá logo a Copa. Temos coisa mais importante
para fazer: votar e renovar as lideranças e conceitos.
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