Com a impunidade reinante no Brasil o crime compensa.
Sábia a decisão para uma época em que a comunicação era difícil e a disponibilidade de dados e informações também. Fica assim registrado que a Operação União de hoje, foi também, um anseio de 39 anos atrás.
Artigo de minha autoria publicado no jornal Diário da Região de hoje.
Início este texto comemorando
minha formatura na APMBB – Academia de
Polícia Militar do Barro Branco, em 26
de julho de 1975. O júbilo do êxito acadêmico foi coroado pelo noivado com a Ivanir, numa reunião de nossas
famílias em almoço de integração por
residirem distantes, regado a muita emoção. Reverencio a todos os formandos, especialmente àqueles que
dentre os 160, residem e atuaram na nossa região: Bélem e Rui Barbosa em Catanduva; Antonio,
Alfonso, Emiliano e Mazza em SJRio Preto e Dolipe em Fernandópolis.
Após formado, com mais 8 Aspirantes nos apresentamos no 4BPM/M, na
Lapa. Responsável por vasta área, desde
o Pacaembu até Perus, onde atuamos na Ronda Oficial e Tático Comando. No
primeiro mês sozinho, o batismo de fogo foi um parto cuja criança, uma menina,
nasceu em meus braços e na sexta-feira
seguinte, uma perseguição, capotamento e tiros. Assim era o trabalho em São
Paulo.
Em nome da união e eficiência,
ambas polícias PM e PC mantinham uma equipe à noite com um Major ou Tenente
Coronel e um Delegado de 1ª. Classe ou Especial para intervir em toda
ocorrência onde houvesse divergência entre o Delegado de Plantão e o Oficial PM.
Esta guarnição, com sua experiência harmonizava o trabalho entre as equipes.
Sábia a decisão para uma época em que a
comunicação era difícil e a disponibilidade de dados e informações também. Fica
assim registrado que a Operação União de hoje, foi também, um anseio de 39 anos
atrás.
Estava em Batatais no dia 12
último e ao chegar li com surpresa sobre a Megaoperação “Liga de Delos”. Vibrei
ao ver a fotografia da tropa e viaturas na Teodoro Rosa Filho. O resultado: 13 pessoas presas; 87 autos de
infração; 10 carros apreendidos; 14 motos apreendidas e porções de crack e
cocaína também, em varredura pelas áreas de maior incidência criminal.
Fiquei mais entusiasmado ainda com a Operação União
que conseguiu reunir 60 Policiais Civis e Policiais Militares de Catanduva, no
dia 24 e o resultado foi mais prisões, apreensões de droga e dinheiro do
tráfico.
Estou convencido de que há de
acontecer uma urgente alteração na estrutura estatal quanto a segurança pública
no combate aos marginais e judiciária, na
dinâmica da atuação processual penal. A sensibilidade das autoridades atuais de
se unirem para uma ação mais efetiva é louvável. Sabemos também do empenho do
judiciário, porém depois do pleito
eleitoral é hora de repensar as estruturas, competências e “modus operandi”,
pois a agressividade e quantidade de pessoas que vivem do crime, apesar da
baixa taxa de desemprego, é descomunal. Uma só conclusão: com a impunidade reinante no Brasil o crime
compensa.
Por enquanto que deem
continuidade nas operações - parabéns
pela iniciativa. Houve leis que mostraram boa vontade do governante estadual com
os segmentos da segurança pública neste último quadriênio. Falaremos delas na
próxima semana.
José Carlos Xavier
Coronel PM, Advogado e Professor
de Catanduva