Na Trincheira do Poeta

Na Trincheira do Poeta

segunda-feira, 28 de julho de 2014

INVOLUÇÃO DO COMPORTAMENTO

Casa cheia, sobrando torcedor pelo ladrão, sem divisão de torcida e tudo na maior ordem.

No equilíbrio sentimos e intuímos, está a sabedoria. Ignorância tem limite. As mais diversas culturas se fizeram presente na Copa. Ainda não houve grave invasão nas  arenas, entretanto  houve depredação mesmo durante o torneio internacional e neste Timão x Verdão, 27/7/14, idem.


Narrava pai e tios que meus avós paternos cavalgavam légua para ir aos bailes em outras fazendas.  Um deles muito espirituoso,  de altura apenas 1m50, jogou muita bola diziam; foi o motorista do Ford 32 da família; conduziu moças furtivamente para vários casamentos a moda da época e de quebra por alguns anos foi capataz em cavalgadas sertão afora, conduzindo gado  da região para alguns frigoríficos longínquos em jornada de até 90 dias.
De tudo se ouvia nestas histórias e selecionei neste escrito as relativas ao futebol. O time da casa dava uma garantia em dinheiro e quanto melhor a condição técnica, maior  era o valor. Tem também o caso dos valentões que iam armados de faca e revolver e lá pelas tantas acabavam com o jogo.
Confesso que a minha geração viu na várzea algumas contendas a tapa, poucos jogos não terminados um ou outro, mas tiro e facada nenhum que me lembre. Quanto ao esporte profissional, assistimos, eu e colegas, a vários jogos envolvendo Corinthians e Santos contra o Botafogo e Comercial de Ribeirão Preto, entre 62  e 1965. Casa cheia, sobrando torcedor pelo ladrão, sem divisão de torcida e tudo na maior ordem.
Em São Paulo idem, saíamos do Anhangabaú de ônibus, estamos em 1970 e nada de divisão de torcidas, estávamos no limiar, ia começar a partir daí o recrudescimento de hábitos e costumes dos torcedores.
As arenas vieram. Ontem,  cenas   de um batalhão de Policiais Militares a conduzir os  visitantes. Há pouco tempo, um jovem boliviano morto, em Santa Catarina um jovem inconsciente, descendo só de cueca arquibancada abaixo, mais parecendo Nosso Senhor crucificado. Crise de autoridade, crise cultural, costumes depauperados. Ideologia de incrédulos a tudo; do culto do eu; da agressividade e irreverência ilimitada. Temos direitos, as obrigações que vão às favas.
No equilíbrio sentimos e intuímos, está a sabedoria. Ignorância tem limites. As mais diversas culturas se fizeram presente na Copa. Ainda não houve grave invasão nas  arenas, entretanto  houve depredação mesmo durante o torneio internacional e neste Timão x Verdão, 27/7/14, idem. Ao otimista, a boa nova de que não houve invasão, mesmo sem alambrado, um bom sinal. Somos racionais; deixemos as atitudes animalescas aos animais. Nós humanos não precisamos de drogas; não precisamos de sucesso; não precisamos de emoção incontida e sim do amor verdadeiro e de tudo que decorra dele para ser feliz. Esta é a fórmula, diverso disso consiste na deformação da própria essência da espécie.

A cultura destes  últimos 30 anos deve ser revista  para a felicidade das novas gerações e para que isso aconteça há que se rever conceitos que afrontam a própria índole do brasileiro. Avante Brasil!  

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