Na Trincheira do Poeta

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quinta-feira, 17 de julho de 2014

PLACAR INUSITADO

A pressão veio de todos os lados, a começar dos xingamentos...

A confirmar que  esta derrota foi única  na história da seleção canarinha. Ela foi o ápice de uma cultura leviana que nos assola, onde os deveres foram substituídos por direitos e o senso crítico posto como uma impertinência desprezível.

Artigo de minha autoria  publicado nesta data: "O Diário da Região".

Tenho escrito sobre minha formação em Educação Física e quanto a ela afirmo às pessoas de meu relacionamento que ante a possibilidade de frequentar o curso técnico de futebol, natação e handebol, optei pelo de natação e não ao de futebol, pelo sentimento de  que poderia ser tentado a deixar a carreira que abraçara e não queria isto para mim.
Ao chegar em  São José do Rio Preto, me envolvi com o time da ADPM, quando fiz várias viagens pelas cidades da região aos domingos, no intervalo do campeonato amador disputado acirradamente por 16 clubes. Também na condição de Regimental de Educação Física coordenei uma equipe de oficiais e campeonatos internos, em que sempre havia futebol, cujo time orientava;  assim como, em Catanduva nos dez  anos que presidi a ADPM local. Acompanho programas esportivos gerais e de futebol.
Tenho lembrança das copas desde 1962 sendo que  a resenha esportiva,  coloca a todos  os dados delas bem esmiuçados, a confirmar que  esta derrota foi única  na história da seleção canarinha. Ela foi o ápice de uma cultura leviana que nos assola, onde os deveres foram substituídos por direitos e o senso crítico posto como uma impertinência desprezível.
Certo que o nosso escrete era jovem, entretanto promissor. Todos os atletas estão em clubes de ponta. Ocorreu pressão psicológica e não suportaram o peso da competição, sob a responsabilidade e o dever de honrar nossas cores. Ganhar a Copa!
A pressão veio de todos os lados, a começar dos xingamentos da torcida a autoridade representada pela Presidente da Republica que foi ofendida na abertura do evento. Uma vergonha internacional. Nenhum atleta, pode  crer o leitor, ficou insensível àquela conduta e tampouco a comissão técnica. O compromisso aumentou.
Houve o ufanismo do auxiliar técnico ao dizer que a seleção era excelente e que ganharíamos a Copa. Não ganhamos. O chororô antes da cobrança de pênalti contra o Chile deu o tom do desequilíbrio emocional do time. Só faltou a comissão técnica chorar. A concentração das atenções sobre Neymar,  foram injustificáveis.
A sua jovialidade, capacidade  e irreverência no futebol, incontestável, deveria ser preservada de forma que as apresentasse no campo de jogo. A polarização das atenções sobre ele foram  prejudiciais. Uma equipe é o todo.
 Um técnico que deu mostra estar em decadência, pois foi responsável pela derrocada da Sociedade Esportiva Palmeiras, onde dava as cartas e jogava de mão e outro que estava à sombra das atividades em seu merecido  descanso, foram liderar jovens com uma responsabilidade além do momento vivido e deu no que deu.  Louvem-se as glórias conquistadas. Só isso!
A minha lembrança não registra derrota em campeonato ou torneio de 7x1 e no racha que ainda jogo, quando a diferença de placar chega a esse número, ele acaba por desmotivação dos envolvidos.  Infelizmente,  o vexame é sinal dos tempos e de que muito há de mudar em nossa cultura que se deteriora dia a dia. Muita droga, corrupção e devassidão.

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