Na Trincheira do Poeta

Na Trincheira do Poeta

quinta-feira, 3 de julho de 2014

TRÉGUA MILENAR




Fui pelas bordas do assunto Copa porque tudo que é demais cansa... 

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Ele imaginou que fosse alguma coisa leve e foi contraditado - não,  tem que competir, porque vai ser a concentração na hora da disputa que aliviará sua psique. Ele pratica tênis até hoje e  está lá firme e forte, acreditou e se curou.

Artigo publicado hoje no Jornal Diário da Região de minha autoria.


Na antiguidade, cujos jogos nem tinham futebol, já havia o armistício quando as guerras eram interrompidas para que houvesse  as competições de Atenas.  Assim, peço a compreensão do leitor para enveredar por meandros outros que não a análise técnica e tática dos jogos, para dizer coisas do coração.
Estava em um churrasquinho entre irmãos  e o que é santista,  argumentou que eu nem sabia por que era corintiano. Disse-lhe que na esquina das ruas Amador de Barros com Ana Luiza, em 1954 colocaram num poste um pequeno alto falante e nos intervalos da música de Mario Zan , o Quarto Centenário, já àquela época ouvia-se a chamada – segura Gilmar, Corinthians campeão do quarto centenário e assim aos 7 anos, fui contaminado por uma paixão sem explicação. Ser corintiano.
Em 1957, a família retornou de Barrinha para o local dos fatos Batatais; e, mesmo não dispondo de rádio, soube que na vitória de 3 a 1 do São Paulo sobre o Timão, Maurinho tinha arrasado o goleiro Gilmar que saiu em carreira patética ao seu alcance, após provocação. Aí todos sabem, ele foi para o Santos, reforçou o adversário  e lá se foram 23 anos até ser campeão, quando completei 30. Algumas vezes, perdi a esperança de que o time  fosse vencer  um dia.
Continuando o trivial, alguns conhecidos sabem que ainda entro em campo. Aos 67 anos tenho o privilégio da tolerância de dois grupos – ADPM e C-50 que me permite ainda jogar futebol.  Não atuo mais na defesa,  pela idade pedi e fico pelos flancos, quando um menino bondoso toca de primeira, encosto o pé e ela entra, aí comemoro. Ainda digo: um para quem sabe, dois para quem precisa pensar,  três está no banco e quatro na galera. Todos riem e vamos em frente!
É indescritível gostar e praticar esportes, pois seus efeitos são maravilhosos.  Um tenista no CTC  narrou um fato vivenciado em média idade de que sentia uma forte dor de cabeça, quando o médico lhe indicou a prática esportiva. Ele imaginou que fosse alguma coisa leve e foi contraditado - não  tem que competir, porque vai ser a concentração na hora da disputa que aliviará sua psique. Ele pratica tênis até hoje e  está lá firme e forte, acreditou e se curou.
Fui pelas bordas do assunto Copa porque tudo que é demais cansa e temos que tomar cuidado com a alienação. O jogador Suárez; o chororô da seleção e o agasalho com calor do Felipão, por superstição foram os destaques, além-campo. A competição vai muito bem sob o ponto de vista  técnico e os bandidos deram uma trégua na criminalidade.
 Que a conduta deles seja prorrogada; sem crime, com muito  esporte e plena conduta cidadã. Assim viveremos bem melhor. A trégua é milenar, as trapaças também, sou otimista, mas se preparem...quem sabe teremos uma chance de mudar no pós eleição.

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