Na Trincheira do Poeta

Na Trincheira do Poeta

sábado, 19 de julho de 2014

EFEITO CATARSE

Uma dentre várias  razões para dizermos: "esporte é saúde".


 encontro de seleções se foi, agora retorno àquela  imagem das abóbodas do Congresso tomadas por jovens em protesto no “junho de 2013”.



Nos diversos cursos  aprende-se de todas as formas, sendo os novos conceitos o diferencial. No de Educação Física da Polícia Militar o aprendizado prático era um tabu. Fazíamos à  exaustão as repetições dos exercícios na pista; academia, sala de halterofilismo, piscina e mesmo na raia olímpica da USP, as aulas de remo. Já citei colega que adentrou ao curso com 110 e o deixou com 80 kg.
Registro a propósito, o passamento do  nosso querido  Osmar de Oliveira, Professor de Fisioterapia que aos 35 anos, já fora responsável pelo Corinthians e Seleção Brasileira de Basquete como fisioterapeuta. Espirituoso, suas aulas eram um atração a parte, gostava de falar sobre as manhas dos atletas e de tudo que era particularidade no exercício da profissão, um privilégio,  sempre lembrar dele como nosso mestre.
Sobre a catarse, o termo provém do grego “kátharsis” e era utilizado por Aristóteles para designar o efeito causado no público durante e após a representação de uma tragédia grega. 
Então no esporte, a competição que exige do praticante uma mínima concentração e quando coletiva muita coordenação e espírito de equipe e doação máxima; estes requisitos levam ao indivíduo a mesma sensação. Exsurge, que  toda química advinda dos efeitos psicossomáticos caminham num sentido positivo de forma a fazer bem ao organismo. É quando dizemos que são liberadas as toxinas e os maus fluidos do pensamento, uma dentre várias  razões para dizermos: "esporte é saúde".
As massas nas arquibancadas também se beneficiam. O ambiente coletivo, mesmo não entrando em campo, as pessoas saem de suas casas, caminham em diversão. Na copa deixam  seus países para irem de encontro àquele ambiente,  onde anseios comuns, mesmo que frívolos serão vivenciados intensamente. A alegria somada ao aspecto da descontração e interação entre os diversos povos. A tristeza, essa uma possibilidade a ser compartilhada entre torcedores no desconforto da derrota.
Copa, olimpíada, competições entre  povos ou mesmo cidades um momento especial, onde o efeito catarse opera positivamente e até mesmo naquele mais simples racha entre amigos que ali vão para competir na mais elementar disputa. Nele a liberação das toxinas se faz presente porque ninguém quer perder; como se diz e é verdade, até no par ou ímpar para ver quem joga primeiro.
O  encontro de seleções se foi, agora retorno àquela  imagem das abóbodas do Congresso tomadas por jovens em protesto no “junho de 2013”. Ela foi bem mais significativa do que o palanque das “Diretas Já”. Aquele foi articulado e a massa atraída por atletas de ponta e artistas. As abóbodas foram ocupadas espontaneamente e  as  ruas também, nelas todos pediram por mudanças urgentes e os líderes que aí estão não são capazes de fazê-las pelos vícios de uma sociedade que perdeu as referências fundamentais. Elas serão reconquistadas pela reformulação dos conceitos, principalmente destes últimos 12 no plano federal.
Que nas eleições não façamos o mesmo fiasco da seleção na Copa. Sem chororô, pra cima deles que é a hora da virada. Até 3 de outubro com  muito ardor cívico. Não será preciso goleada, meio a zero está bom, desde que saiam!

Nenhum comentário:

Postar um comentário