Na Trincheira do Poeta

Na Trincheira do Poeta

sexta-feira, 4 de abril de 2014

A COPA E OS MILITARES



 MILITARES JAMAIS, NEM TANTO!

Este é o título de um dos  cinco artigos que elegi para compor o livro: “Tributo A Um Herói”. Escrito quando do primeiro emprego em massa dos militares nas favelas.  A matéria de hoje retrata assunto do qual somos íntimos pelas profissões exercidas. A necessidade da ação direta das Forças Armadas na linha de frente, mostra a precariedade das relações sociais no país e o despropósito da   realização Copa, neste momento pelo custo atual do mega evento.

 Militares nas favelas:
               
       Conclamo os leitores que reflitam comigo. A imagem dos bandidos correndo da polícia no Rio de Janeiro quando da ocupação dos morros pelas Forças Armadas foi emblemática. Naquele dia senti que algo de bom estava acontecendo, uma virada, que  em breve até poderia  passar uns três dias na cidade maravilhosa.
          Entretanto, a cada morro que se ocupava, a presença inicial do Exército e após as UPP e outras medidas complementares, entretanto 2013 foi um ano atípico.
       Em pleno mês de junho eclodiu o que ninguém esperava, o povo de branco nas ruas que rejeitou:  todos os políticos; todos os partidos; todas autoridades políticas. Algo inédito neste país, como inédito foi o ministro Gilberto de Carvalho colocar 300 índios num avião para apresenta-los à mídia como mais uma tropa de choque, só pode ser isto, dentro do Palácio do Planalto.
       Tantos outros brasileiros deram mostras no passado de uma aproximação com os indígenas em seu habita, agora este cidadão nos afronta com uma idiotice desta, não bastasse o Presidente do Senado e outras autoridades devolverem dinheiro para uso de aviões com fins particulares: assistir jogo no Maracanã e ir a casamento. Então um político deste jaez, não sabe o que faz?
     Voltando ao tema. Para empanar o que foi feito pelo povo ordeiro que apenas rejeitou toda classe política, surgiram os “black blocs” que infernizaram, principalmente o  Rio e São Paulo, natural que caísse o foco sobre  as  UPP, não temos fábrica de policiais: “cobre um santo, descobre o outro”.
    Aproxima-se a copa, o risco de convulsão social se apresenta. Forças Armadas nas ruas a mando de quem, daqueles que as abomina; daqueles que em discurso diz: “não há necessidade de alterar a lei da anistia”, mas a noite a manchete Forças Armadas, abrirão sindicâncias internas para apurar unidades de tortura.
 E os membros da Comissão da Verdade, dizendo também, ao contrário,   tem que apurar. Deputado no parlamento, esbravejando temos que alterar a lei da anistia. O povo nas ruas tinha tanto a reivindicar que não elegeram pauta.
Os políticos, sim. Logo após os protestos concluíram: reforma política profunda; tributária; da legislação penal. Vejo que  que não queremos mesmo é uma sociedade anárquica. No aspecto penal, há que se rever item por item de uma constituição elaborada sob a emoção de constituintes  que vieram de vinte e um ano de lutas que agiram sob forte emoção, e  redigiram uma carta do “direito” e se esqueceram do “dever”.
      Entende-se que estivessem exaltados e com ânimos de ex-prisioneiros. Já ouvi confissão de mais de um deles, em conferência televisiva sob o sistema prisional, dizer: atuamos sob emoção, vendo o lado do preso.
      A Segurança no Brasil anda de tal forma que me permito  um adendo:

Ao me despedir de um feirante em Veneza, logo pela manhã, maio de 2009, a última lembrancinha. Você é brasileiro? Sim. Meu irmão está no Brasil em viagem; deixou de ir ao nordeste porque disseram que tem muito bandido. Foi assaltado ontem em São Paulo. Dizer  o que?  Ainda bem que não foi para o Rio...

Nenhum comentário:

Postar um comentário