Este é o título de um
dos cinco artigos que elegi para compor o
livro: “Tributo A Um Herói”. Escrito quando do primeiro emprego em massa dos militares nas favelas. A matéria de hoje retrata assunto do qual somos
íntimos pelas profissões exercidas. A necessidade da ação direta das Forças
Armadas na linha de frente, mostra a precariedade das relações sociais no país
e o despropósito da realização Copa, neste momento pelo custo atual do mega evento.
Conclamo
os leitores que reflitam comigo. A imagem dos bandidos correndo da polícia no
Rio de Janeiro quando da ocupação dos morros pelas Forças Armadas foi
emblemática. Naquele dia senti que algo de bom estava acontecendo, uma virada,
que em breve até poderia passar uns três dias na cidade maravilhosa.
Entretanto,
a cada morro que se ocupava, a presença inicial do Exército e após as UPP e
outras medidas complementares, entretanto 2013 foi um ano atípico.
Em
pleno mês de junho eclodiu o que ninguém esperava, o povo de branco nas ruas que
rejeitou: todos os políticos; todos os
partidos; todas autoridades políticas. Algo inédito neste país, como inédito
foi o ministro Gilberto de Carvalho colocar 300 índios num avião para
apresenta-los à mídia como mais uma tropa de choque, só pode ser isto, dentro
do Palácio do Planalto.
Tantos
outros brasileiros deram mostras no passado de uma aproximação com os indígenas
em seu habita, agora este cidadão nos afronta com uma idiotice desta, não bastasse
o Presidente do Senado e outras autoridades devolverem dinheiro para uso de
aviões com fins particulares: assistir jogo no Maracanã e ir a casamento. Então
um político deste jaez, não sabe o que faz?
Voltando
ao tema. Para empanar o que foi feito pelo povo ordeiro que apenas rejeitou
toda classe política, surgiram os “black blocs” que infernizaram,
principalmente o Rio e São Paulo,
natural que caísse o foco sobre as UPP, não temos fábrica de policiais: “cobre um
santo, descobre o outro”.
Aproxima-se
a copa, o risco de convulsão social se apresenta. Forças Armadas nas ruas a
mando de quem, daqueles que as abomina; daqueles que em discurso diz: “não há
necessidade de alterar a lei da anistia”, mas a noite a manchete Forças
Armadas, abrirão sindicâncias internas para apurar unidades de tortura.
E
os membros da Comissão da Verdade, dizendo também, ao contrário, tem que
apurar. Deputado no parlamento, esbravejando temos que alterar a lei da anistia.
O povo nas ruas tinha tanto a reivindicar que não elegeram pauta.
Os políticos,
sim. Logo após os protestos concluíram: reforma política profunda; tributária;
da legislação penal. Vejo que que não
queremos mesmo é uma sociedade anárquica. No aspecto penal, há que se rever
item por item de uma constituição elaborada sob a emoção de constituintes que vieram de vinte e um ano de lutas que
agiram sob forte emoção, e redigiram uma
carta do “direito” e se esqueceram do “dever”.
Entende-se que estivessem exaltados
e com ânimos de ex-prisioneiros. Já ouvi confissão de mais de um deles, em
conferência televisiva sob o sistema prisional, dizer: atuamos sob emoção,
vendo o lado do preso.
A Segurança
no Brasil anda de tal forma que me permito um adendo:
Ao me despedir de um feirante em
Veneza, logo pela manhã, maio de 2009, a última lembrancinha. Você é brasileiro?
Sim. Meu irmão está no Brasil em viagem; deixou de ir ao nordeste porque
disseram que tem muito bandido. Foi assaltado ontem em São Paulo. Dizer o que? Ainda bem que não foi para o Rio...
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