Na Trincheira do Poeta

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terça-feira, 8 de abril de 2014

ROLEZINHO AO VIVO


SOCIEDADE ANÁRQUICA, CONSEGUIRAM.

"Em meia hora estava tudo fechado, esvaziado mesmo, as pessoas correndo sem rumo, carros buzinando em fila interminável, querendo deixar aquele inferno".
  
 AÇÃO DE MENORES

           Acompanhei de perto, a implantação da Lei 8069 de 13 de julho de 1990 que instituiu o Estatuto da Criança e do Adolescente, uma vez que minha esposa, fez parte do primeiro Conselho Tutelar de Catanduva.
        Seu efeito foi rápido, seguindo a Constituição do “ao  direito tudo, ao dever nada” no aspecto do controle de condutas delituosas.
      Em 1992, ao retornar do curso para promoção a major em São Paulo, durante seis meses, fui concitado a reassumir o comando da Companhia de Catanduva.
      Então no primeiro dia de meu retorno, início do mês  de novembro, participei de uma reunião na Delegacia Seccional de Polícia, onde se encontravam reunidos, vários Delegados, o Promotor de Justiça da vara da Infância e da Juventude. Havia umas 40 pessoas no ambiente: entre pais, menores e autoridades.
     Os populares reclamavam de agressões aos filhos e pessoais; dirigente de clube de invasão e ainda de desordem na rua Amazonas de fronte  ao restaurante  Chickenin, tudo isto,  efeito da ação de  gangues que haviam se instalado na cidade.
        Com a proposta de ação conjunta, deixei a reunião e de pronto tomei as providências atinentes a Polícia Militar, havia uma viatura C-14 de reserva na unidade. Constitui uma guarnição  especialmente para esta missão.
   Ocupamos a rua  antes dos populares com ordem de prisão por desobediência a quem insistisse ficar no leito carroçável. A viatura ali permanecia até o fechamento do local.
As outras guarnições, tínhamos de seis a nove viaturas  operando nos finais de semana, foram instrudas a intervir em toda aglomeração de jovens que incidisse em formação de gangue.
Em ação complementar agimos no entorno do restaurante Casa Blanca,  outro local de reclamação. Lá fechava mais tarde, a mesma guarnição fazia por ali um rescaldo tático.
       Ao final do mês, ao verificar o relatório de apreensão dos menores, havia  várias reincidências no período e até mesmo no dia, apesar da reunião com graves registros por pais e adolescentes ameaçados.
     Relatei as atividades ao Promotor de Justiça, identificando as reincidências. Ele havia recebido um reforço de dois Investigadores da Polícia Civil, determinou a apreensão dos líderes, uns cinco seguiram com destino a FEBEM. No mês seguinte a mesma coisa, o resultado  é que no carnaval não havia nem lembrança das gangues. Presos os líderes, dissipou-se a ação delituosa.
     
      No Planalto...
  
     Infelizmente no último sábado fui ao Shopping Taguatinga, às 16h30. Grande, gigantesco mesmo, repleto de pessoas passeando; na praça de alimentação tinha fila de espera, porém algo indicava tensão.
    Nas proximidades das escadas, adolescentes em pequenos grupos, instante seguinte, quando estava interior da Livraria Leitura, onde autografei  o livro " Tributo A Um Herói" a amigos e também  deixei alguns em consignação, o baixar de portas: “as gangues brigaram”.
     Os  atendentes, diziam: eles tentaram várias vezes, mas os seguranças impediram, desta  vez vieram em muitos.

     Uma cena horrível.

Em meia hora estava tudo fechado, esvaziado mesmo, as pessoas correndo sem rumo, carros buzinando em fila interminável, querendo deixar aquele inferno. Policiais sendo driblados como na brincadeira de pique;  outros com menores seguros pelos colarinhos.
       Encerro esta inserção por aqui. Concluam os leitores como quiserem.
    Estado anárquico. Uma vergonha. Triste meu retorno ao Planalto Central,  naquele momento.

                                               Amanhã falaremos do domingo!

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