Na Trincheira do Poeta

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segunda-feira, 21 de abril de 2014

EPITÁFIO DE VIVO


Apenas um registro curioso de como, a fala perpetua pensamentos a identificar e influir na transcendência das pessoas pelo registro eletrônico.


Trata-se de uma quadra simples que se faz de um vivente como se estivesse morto.  Abro aqui um parêntese para dizer que no nosso caso é diferente, pois se trata de um morto, falando como se estivesse vivo.
Antes narro trecho de uma viagem muito especial que adiantei para um meia dúzia de pessoas íntimas, por alguns anos. Se conseguir vou a Itália, na terra do meu avô e no Vaticano no aniversário de casamento, até que um dia fui mesmo. Maio de 2009.
Em Rovigo e Ponso cidades de nossos avós, ficamos 12 dias dos 25 da estadia. Nesta última cidade, visitamos uma casa onde moraram os tios paternos de minha esposa e também havia as ramificações da família materna que não visitamos. Em Rovigo  encontramos uma família Joli que nada tinha a ver com a de meu avô. Da lápide constavam muitos nomes; ela era grande, deparamos com escritório de advocacia, mas pela certeza não importunamos ninguém.
Para certificar sobre os antepassados, tinha o escritório da comuna, além das pedras frias com os escritos, uns bem resumidos, outros com algumas frases nos túmulos e um livro de registro de todos os sepultamentos.
Chamou a nossa atenção que nas lápides  muitos sobrenomes coincidiam com os de famílias da nossa região. Meu avo  e os avós de minha esposa moravam a 15Km de distância, muita gente do Veneto, norte da Itália com certeza veio para o Brasil.
Sobre o epitáfio ao vivo, o registro de que a ênfase dada nas notícias recentes  de alguns artistas que nos deixaram. Hoje, fala-se nas mais diversas redes televisivas de tudo das vidas deles.
Ocorre que os depoimentos são colhidos nas mais diversas situações e os dizeres nem sempre são os mais apropriados pela descontração do entrevistado no momento quando há tempo para se explicar, mas depois de morto...
Há que se deixar de citar nominalmente o caso pela falta de oportunidade de defesa, mas é uma situação curiosa que os editores deveriam filtrar para não quebrar o cristal da imagem de quem se foi e que deixa família.

Apenas um registro curioso de como, a fala perpetua pensamentos a identificar e influir na transcendência das pessoas pelo registro eletrônico.

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