Artigo escrito em 27 de novembro de 2013, em "O Regional"
por José Carlos Xavier
E os atos dos terroristas quem esclarece?
Insisto que a Comissão da Verdade deveria esclarecer todos os casos de crimes, porque a anistia ampla e irrestrita contrapõe-se à tese de que houve vencedor. Assim, ambas as partes tem o direito de ver esclarecidos atos perpetrados contra si e foram muitos aqueles vitimados pelos terroristas da época.
Contraste
em Exéquias
O
Presidente João Goulart foi sepultado no dia 7
de dezembro de 1976. Exumado recentemente, recebeu honras militares em Brasília
assistida por autoridades e familiares, em destaque a viúva Maria Teresa.
Ao dar guarda nos palácios presidenciais, dois anos após a deposição
do Presidente, em 1966, ouvi comentários sobre o comportamento extrovertido e
atencioso da primeira dama, entre os militares engajados que trabalharam no
Alvorada.
Apesar de passados quarenta e nove anos desse fato, lá estava
ela esbelta entre as autoridades, participando do cerimonial que recebeu os restos
mortais de seu esposo para fins de perícia quanto à causa morte.
A propósito do ato, verifica-se uma frenética ação na
tentativa de reunir o maior número de provas sobre tudo o que aconteceu durante
a Ditadura Militar pelos grupos oposicionistas - e para isso se valem da
Comissão da Verdade.
Nada de excepcional, uma vez que a Comissão foi instituída
para trazer aos brasileiros esclarecimentos sobre o que houve naquele período
histórico. Acontece que ela é tendenciosa e se atém somente às ações dos
militares, silenciando-se sobre os crimes praticados pelos terroristas (que são
muitos).
Voltando à exumação de autoridades, esta é uma linha adotada
por outros governos de esquerda dos países da América Latina, como já aconteceu
com as de Simon Bolívar, herói da independência venezuelana, bem como Salvador
Allende, Presidente do Chile, e Pablo Neruda, escritor e político, também chileno.
A exumação é um recurso da Medicina Legal na busca de provas
científicas para dar amparo à tese de homicídio, contrapondo-se à morte
natural. Através da perícia algumas circunstâncias suspeitas, às vezes se tornam
irrefutáveis. Nos casos do herói venezuelano, do Presidente e do escritor
chileno, ficaram comprovados que não houve crime. Bem possível que o caso de Jango
terá o mesmo desfecho, pois é do conhecimento público, pela sua biografia, que
ele era cardíaco.
O contraste pode parecer insignificante, porém visto sob um
anglo especial passa a ser significativo, pois enquanto as autoridades trajavam
preto, a viúva estava de branco, lado a lado com a Presidente. Não havia como
não observar.
A verdade sobre a morte do líder com manifesta vocação
comunista, regime político este rejeitado em 1964 pela população nas ruas, é
uma iniciativa que segue tendência populista.
O resultado dos exames é incerto, porém a ação corruptível de
correligionários das autoridades no palanque não. Eles estão presos.
Incontestável!
Melhor seria as autoridades terem reservado o preto para vestiram
na comemoração da Proclamação da República pela prisão de seus correligionários
corruptos.
Um novo tempo é o sinal que veio das ruas e não pelas mãos
dos políticos dessa geração. O teto do Congresso Nacional tomado por populares,
em sua maioria jovem; uma imagem que resgatou a memória de quem lutou contra o
comunismo no início dos anos sessenta.
No Brasil não há lugar para radicais: seja de direita ou de
esquerda, religiosos e de nenhuma estirpe.
Certa estava Maria Teresa de branco. Em sua conduta parecia
pedir paz. Quem sabe não fosse mesmo? O país merece esta paz. Uma vida com
menos crimes e mortes violentas. Não! À perpetuação no poder pela manipulação
dos menos favorecidos e corrupção na política.
Que sejam as cores da Bandeira Nacional reavivadas na memória
popular: verde, amarelo, azul e branco; ponteada pelas estrelas que ornamentam
o firmamento , sendo o lema: “Ordem e Progresso”.
A verdadeira ascensão pessoal se conquista pelo esforço
intelectual e no trabalho, e não por licenciosidade dos governantes.
É hora de regozijo pela tripartição do poder, ressaltada: a Independência da Justiça!
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