Na Trincheira do Poeta

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quinta-feira, 10 de abril de 2014

EXUMAÇÃO DE JANGO

Artigo escrito em 27 de novembro de 2013, em "O Regional"
por José Carlos Xavier

              E os atos dos terroristas quem esclarece?

            Insisto que a Comissão da Verdade deveria esclarecer todos os casos de crimes, porque a anistia ampla  e irrestrita contrapõe-se à tese de que houve vencedor. Assim, ambas as partes tem o direito de ver esclarecidos atos perpetrados contra si e foram muitos aqueles vitimados pelos terroristas da época.


Contraste em Exéquias

O Presidente João Goulart foi sepultado no dia 7 de dezembro de 1976. Exumado recentemente, recebeu honras militares em Brasília assistida por autoridades e familiares, em destaque a viúva Maria Teresa.
Ao dar guarda nos palácios presidenciais, dois anos após a deposição do Presidente, em 1966, ouvi comentários sobre o comportamento extrovertido e atencioso da primeira dama, entre os militares engajados que trabalharam no Alvorada.
Apesar de passados quarenta e nove anos desse fato, lá estava ela esbelta entre as autoridades, participando do cerimonial que recebeu os restos mortais de seu esposo para fins de perícia quanto à causa morte.
A propósito do ato, verifica-se uma frenética ação na tentativa de reunir o maior número de provas sobre tudo o que aconteceu durante a Ditadura Militar pelos grupos oposicionistas - e para isso se valem da Comissão da Verdade.
Nada de excepcional, uma vez que a Comissão foi instituída para trazer aos brasileiros esclarecimentos sobre o que houve naquele período histórico. Acontece que ela é tendenciosa e se atém somente às ações dos militares, silenciando-se sobre os crimes praticados pelos terroristas (que são muitos).
Voltando à exumação de autoridades, esta é uma linha adotada por outros governos de esquerda dos países da América Latina, como já aconteceu com as de Simon Bolívar, herói da independência venezuelana, bem como Salvador Allende, Presidente do Chile, e Pablo Neruda, escritor e político, também chileno.
A exumação é um recurso da Medicina Legal na busca de provas científicas para dar amparo à tese de homicídio, contrapondo-se à morte natural. Através da perícia algumas circunstâncias suspeitas, às vezes se tornam irrefutáveis. Nos casos do herói venezuelano, do Presidente e do escritor chileno, ficaram comprovados que não houve crime. Bem possível que o caso de Jango terá o mesmo desfecho, pois é do conhecimento público, pela sua biografia, que ele era cardíaco.
O contraste pode parecer insignificante, porém visto sob um anglo especial passa a ser significativo, pois enquanto as autoridades trajavam preto, a viúva estava de branco, lado a lado com a Presidente. Não havia como não observar.
A verdade sobre a morte do líder com manifesta vocação comunista, regime político este rejeitado em 1964 pela população nas ruas, é uma iniciativa que segue tendência populista.
O resultado dos exames é incerto, porém a ação corruptível de correligionários das autoridades no palanque não. Eles estão presos. Incontestável!
Melhor seria as autoridades terem reservado o preto para vestiram na comemoração da Proclamação da República pela prisão de seus correligionários corruptos.
Um novo tempo é o sinal que veio das ruas e não pelas mãos dos políticos dessa geração. O teto do Congresso Nacional tomado por populares, em sua maioria jovem; uma imagem que resgatou a memória de quem lutou contra o comunismo no início dos anos sessenta.
No Brasil não há lugar para radicais: seja de direita ou de esquerda, religiosos e de nenhuma estirpe.
Certa estava Maria Teresa de branco. Em sua conduta parecia pedir paz. Quem sabe não fosse mesmo? O país merece esta paz. Uma vida com menos crimes e mortes violentas. Não! À perpetuação no poder pela manipulação dos menos favorecidos e corrupção na política.
Que sejam as cores da Bandeira Nacional reavivadas na memória popular: verde, amarelo, azul e branco; ponteada pelas estrelas que ornamentam o firmamento , sendo o  lema: “Ordem e Progresso”.
A verdadeira ascensão pessoal se conquista pelo esforço intelectual e no trabalho, e não por licenciosidade dos governantes.
É hora de regozijo pela tripartição do poder, ressaltada: a Independência da Justiça!




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