Gatos do
mesmo Balaio!
Com mais de 30 partidos e a cada semestre surgido
mais um, aonde chegaremos? Certo é que
há um misto de arbitrariedade, devassidão e anarquia nas hostes do poder,
entretanto importa mesmo é a manutenção dele. Se alguém tiver dúvida disso é
porque tiraram filosofia do currículo escolar, prejudicando o pensar lógico. Vejam só,
notícia de hoje: “o Brasil ocupa o 38 lugar entre 44 países, avaliados 85 mil estudantes”
- quanto ao raciocínio na apreciação lógica da habilidade relacionada a questões práticas
do cotidiano. É isso aí! Povo ignorante e governo corrupto. Uma receita que se
ajusta por longo tempo, lá se vão 12 anos.
Artigo publicado no “O Regional”
Catanduva, 7 de março de 2013
Síndrome do II Impeachment
A Lei de Anistia é um marco divisor
em que se deu o início da predominação do modo anárquico de se viver no Brasil.
Ela é de 28 de agosto de 1979 e decorreu de 15 anos de intensa militância de
ativistas de esquerda que se insurgiu contra tudo que representasse ordem,
símbolo do militar.
Apesar dos princípios da
administração militar servir de referência à evolução histórica da
administração geral, como a unicidade de comando e descentralização da
execução, o mote no caso era: depreciar para derrotar e substituir.
Surgindo como uma esperança,
numa região pobre com uma mensagem moralizadora da imolação dos marajás,
Fernando Collor; eleito, foi cassado com ação nas ruas, ironicamente pela
prática de corrupção na administração pública em 1992.
Passados treze anos do seu bota
fora, graves denúncias recaem sobre os mandatários de plantão, tão ou mais
escandalosas do que as praticadas pelo deposto presidente, por envolver a
compra de apoio político em votações no Congresso Nacional, em favor dos
projetos do Executivo.
Desta vez, forte e eficiente
claque de plantão imunizou o mandatário maior como fiéis sentinelas e até o
acusador se rendeu, não se sabe por que; possível imaginar que na tentativa de
salvar a própria pele.
Fernando Collor herdou um nome
de expoente político; não estava no palanque das Diretas, foi presa fácil. Ante
às medidas impopulares e vitória imposta ao operário metalúrgico, ao descuidar-se
da lisura administrativa, ímprobo, foi deposto. Ainda sob a emulação da recente
movimentação das Diretas Já, populares, dentre eles os jovens motivados pela
turma do palanque, pintaram a cara e foram às ruas.
Em 2005, filiado e compondo uma
delegação regional, compareci num congresso do Partido Social Democrata
Brasileiro. Num Anhembi lotado, não vi outro representante de Catanduva. Um
trabalho de fôlego, muito bem planejado, temas interessantes e dinâmica
participativa com extensa pesquisa de opinião individual sobre assuntos atuais.
Em síntese, ao final, falou-se sobre as coisas de São Paulo, sobre
sustentabilidade, Segurança Pública, ante o aumento dos índices de crimes
graves no estado. Entretanto a tensão maior na Assembléia era saber das
providências sobre o mensalão.
Para decepção da maioria, creio
que a questão foi contemporizada porque entendiam que o enfraquecimento dos
envolvidos pelas graves acusações resultaria num clima desfavorável aos
adversários que proporcionaria a vitória nas urnas, dispensando-se a via do
impeachment da qual demonstraram temor e insegurança.
Como num jogo de xadrez,
pareceu a mim que a capitulação do rei poderia provocar um estado de confusão
na mente das pessoas a concluir que as Diretas e a deposição de Collor não
tinham compensado, e como era cíclico no país, a substituição dos civis por
militares, eles abortaram esta via.
Sob esta ótica, a estratégia
deu certo, melhor perder a eleição para um partido de corruptores (parte dele
hoje condenados, felizmente) do que correr o risco de desestabilizar de modo
insustentável o poder constituído.
Pelo menos o STF amenizou a
indignação reinante entre os mais simples correligionários ali presentes; resta
desfazer a farsa de que o rei nada sabia, incluindo-o no rol dos culpados.
Se recuar em política, mesmo
ante o risco de seguidas derrotas, é precaução que se justifique ou receio que
se condene; deixo aos políticos o julgamento.
Quanto a mim, prefiro o
conceito de mudança da sociedade pelo método evolutivo que condena a máxima de
que “os fins justificam os meios” defendido pelos bolchevistas e anarquistas e
adotado por seus seguidores em solo pátrio.
O pensamento lógico e os fatos
nos levam à incontestável conclusão: se pelo voto a administração civil
substituiu a militar, pelo mesmo método políticos honestos hão de substituir os
desonestos; até porque parte da liderança deles felizmente já foi condenada.
A tripartição do poder é um dos
pilares da democracia, comprovou o STF ao condenar os agentes do mensalão.
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