Ha que se ter a consciência de que o pleno exercício da cidadania se dá pela ação de campo, alimentado ambientes com comportamentos éticos no limite da exigência da função, iniciativa e atividade laboral ou empresarial que se esteja envolvidos. De forma que a passividade pouco representa no contexto da evolução das sociedades. Aja, interaja faça alguma coisa propositiva no ambiente em que vive. Podemos mudar para melhorar. O que aí está decorre de anos de lutas, carecendo de energia renovadora.
Este artigo foi escrito no jornal o Regional em 14/03/2005
Democracia:
Confidências cidadãs II
A
foto estampada no artigo do dia 13 é peculiar da época. Eles insultavam,
jogavam bolinha de gude para derrubar cavalaria; na menor oportunidade os
líderes corriam ao lado do agressor contido pela polícia e “click”. Capa de
jornal. Intelectual apoiando a causa do trabalhador. Que cena mais comovente.
Uns
tiveram mais sorte, chegaram a presidente, outros a governador, outros a
vice-governador, prefeitos, presidentes de Câmara, vereadores, assessores.
Alguns em governos desastrados, mas continuam no poder etc. Outros ainda
tiveram indenizações vultosas. Esta é a senha para o sucesso político dessa
turma: fui exilado, fui preso pela ditadura. Dá direito à palestra, matéria em
jornal. Dá até para ressuscitar a lei que beneficia parente, como fizeram os
petistas na liderança da Câmara Municipal de Catanduva, ao aprova o nepotismo.
Ah!
Estava esquecendo também do capítulo dos Direitos Humanos, incentivando
bandidos, fazendo deles os heróis martirizados da pátria pelos mesmos
segmentos. Agora todos somos martirizados: Luís Mir, em seu livro “Guerra Civil
– Estado e trauma”, comprova que a cada ano 150 mil pessoas que morrem violentamente no país; 56
mil delas são por arma de fogo, outras tantas no trânsito, entre elas centenas
de policiais. Os lobbies daqueles que olham para o próprio umbigo continuam a
dar as cartas. É só verificar os balancetes das grandes empresas, dos grandes
bancos, das concessionárias públicas e do próprio serviço público, cujos
anseios de trinta anos continuam inatingíveis pelo óbice de quem não quer
mudança. Luís Mir ainda adverte: É só olhar a inalteração da distribuição de
renda há 40 anos, a concentração dela, o desemprego.
Esta
é uma constatação de quem esteve no olho do furacão. A história revelará as
contradições do que fez os encantados pelo Comunismo nestes 20 anos; pena que
na ilha de Cuba não cabia todos eles. De minha parte, já que sobrevivi a
Lamarca, estarei no próximo sábado na cidade de Franca, comemorando com os
amigos reservistas, o encontro do Batalhão da Saudade. Paulistas da região,
inclusive de Catanduva, que em Brasília defenderam a ordem democrática, regime
institucional vigente em 31 de março de 1964. “Viva a Revolução Democrática”,
escrevi com meu próprio corpo em demonstração na Esplanada dos Ministérios, em
comemoração ao feito épico.
Do
contrário poder-se-ia ter um ditador há 40 anos por aqui também; se há na ilha,
porque não no continente. Muito em voga, mesmo entre os jovens, o dito
apropriado à causa democrática como praticada, hoje: “Me engane que eu gosto”.
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