Na Trincheira do Poeta

Na Trincheira do Poeta

terça-feira, 22 de abril de 2014

SUPLÍCIO EM FERIADO



DIFÍCIL SUPORTAR O ESFORÇO


          O  retorno a São Paulo de quem saiu de Catanduva pela hora do almoço foi de 10 horas. Notícias dão conta de que para  o litoral, a demora em ocasiões assim, dura até 6 horas.
         Corta o coração paterno saber que nossos filhos que passam duas horas em média por dia em automóvel, tem que suportar mais este  mais este suplício.
         Tempos modernos ou opção em total desacordo com as perspectivas de futuro dos administradores pátrios, senão vejamos: sai  de Batatais para Brasília, em 1966 pela estrada de ferro Mogiana, bitola estreita que poderia ser facilmente transformada em larga que estava a 40km, em Ribeirão Preto.
         Em São José do Rio Preto fui em várias reuniões de trabalho a São Paulo 1983/86 em acomodação leito. Quando esperávamos que as acomodações fossem melhoradas, reduzido o temo da viagem, eis que suprimiram a viagem de trem. Agora somente carga.
         Em vinte e cinco dias na Itália hospedado em Rovigo, terra de meu avo, numa câmara de frente para a arborizada Faculdade de Direito e distante 200m da estação, não tive dúvida ante a possibilidade de deixar uma das mala ali, viajei de trem, uns 4000 km.
         A mais pitoresca das viagem foi à praia de Rosalina. Um só vagão ligava a vila da praia a cidade mais próxima, mais lá estava ele. Cena bucólica, muito diferente daqui.
         Ontem meditamos sobre a falta que os trens fazem. Erro estratégico de quem não se deu  a alternativa e dá-lhe vaga-lumes nas estradas, num cortejo vagaroso quase igual ao da carroça que utilizávamos para ir da cidade a fazenda - 18km. Éramos felizes e não sabíamos:  cheiro da terra, do marolo e  da gabiroba, emas e as seriemas, às vezes o solo molhado. Animal forte de trote ligeiro, lá íamos nós, éramos felizes e não sabíamos. Tempos modernos, muitos automóveis e eletrônico. Nada contra, mais muito cansativas estas viagens.


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